Melhorias em Pampulha estão fora dos planos da Infraero


25/3/2010
O Tempo (MG)

Melhorias no aeroporto da Pampulha estão fora dos planos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Hoje à tarde, o presidente da Infraero, Murilo Marques Barboza, encontra-se com o governador Aécio Neves para assinar termo aditivo ao acordo de cooperação técnica para a ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, firmado em novembro de 2009, mas que até hoje não saiu do papel.
   
Segundo a estatal, "o aditivo define os compromissos assumidos pela Infraero para promover a ampliação do terminal 1 do aeroporto internacional e a contratação do projeto executivo para a construção do terminal 2". A estatal, porém, não informou o valor dos investimentos.
   
Em junho do ano passado, a Infraero anunciou um plano de ação para os aeroportos de cidades-sede da Copa 2014. Para Confins e Pampulha, os investimentos estimados foram da ordem de R$ 350 milhões.
   
Em Confins, estavam previstas a reforma do terminal de passageiros (R$ 215,5 milhões), a duplicação do estacionamento (R$ 6,8 milhões) e a ampliação da pista, dos pátios de aeronaves e do terminal de cargas, entre outros (R$ 120 milhões).
   
Com exceção das obras do novo estacionamento (para 1.500 vagas), nada foi feito até o momento. Já em Pampulha, o plano previa a ampliação do pátio de aeronaves, obras de infraestrutura para área de hangares de aviação geral e a construção de nova torre de controle, com investimentos de cerca de R$ 8,4 milhões.
   
Transferência. Segundo o tenente-coronel Luiz Carlos Lei, responsável pelo projeto de transferência do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica para Lagoa Santa, a área vizinha ao aeroporto da Pampulha será desocupada por etapas, a partir do segundo semestre do próximo ano.
   
A escola de oficiais será incorporada pela Infraero, que poderá ampliar o terminal do Pampulha. Segundo Lei, não há espaço para a construção de uma segunda pista no aeroporto. Ele, no entanto, afirma que obras para a ampliação do pátio e do terminal são viáveis. "Mas isso vai depender da destinação que a Infraero vai dar à área", salientou.
   
Aécio Neves, contrário à abertura de Pampulha, reclama da lentidão da estatal em iniciar as obras de ampliação de Confins, saturado há dois anos.
   

Tartaruga
   
Promessa. Pelo cronograma, as obras de ampliação em Confins seriam iniciadas em janeiro passado, ao custo de R$ 12 milhões.


Aéreas aguardam sinal verde
  
O diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), comandante Ronaldo Jenkins, disse ontem que as empresas aéreas de grande porte vão operar no aeroporto da Pampulha, caso haja autorização da Anac. "As empresas vão para aonde tem demanda", disse.
   
Na avaliação do comandante, "não existe problemas de segurança no aeroporto, mas em sua infraestrutura para receber um tráfego maior de aeronaves". "Pampulha é um aeroporto acanhado. Voamos com aeronaves com mais de 150 assentos. Isso causa certa inconveniência", completou. Jenkins coordenou estudo que aponta problemas na infraestrutura dos aeroportos das cidades que vão sediar a Copa 2014.
   
Ele lembrou que por exigência da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci), os aeroportos brasileiros só poderão operar por instrumentos, a partir de março de 2012. No caso de Pampulha, há obstáculos que precisam ser retirados, como parte da barragem da lagoa. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão subordinado ao Ministério da Defesa, já notificou a Prefeitura de Belo Horizonte, sobre o cumprimento da norma. Caso contrário, o aeroporto só poderá funcionar em condições visuais, limitando as operações das aeronaves, principalmente se a metereologia for desfavorável.
   
A entidade se diz neutra, em relação à polêmica entre o governo estadual e a Anac. "São posições antagônicas, mas com ângulos próprios", avalia. (ZM)


Liminar

Justiça avalia pedido para limitar terminal

   
Entidades que representam a comunidade da região da Pampulha aguardam parecer da Justiça sobre a liminar que impede a volta das grandes empresas aéreas ao aeroporto central. De acordo com o advogado Ricardo Alvarenga, representante da Associação Pró-Civitas da Associação Amigos da Pampulha (Apam), a liminar foi derrubada no início do ano.
   
"Fizemos um recurso de apelação, com efeito suspensivo, que ainda está sendo analisado pelo juiz", disse. Caso a decisão for desfavorável às entidades, Alvarenga promete entrar com recurso para a manutenção da liminar até o julgamento do mérito da ação. "Estamos em compasso de espera", completou.
   
Anteontem, a Agência Nacional de Aviação Civil Anac) revogou portaria que limitava as operações no aeroporto da Pampulha. Ricardo Alvarenga considera a medida um retrocesso.