Três novas rotas saindo da capital



12/4/2010
Estado de Minas (MG)

A partir de julho, a Azul Linhas Aéreas se prepara para operar com mais três voos diretos no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins): Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Recife (PE). Os bilhetes para os novos destinos devem começar a ser vendidos até o fim desta semana no site da companhia aérea. Em pouco mais de um ano no mercado, a companhia de David Neeleman, também fundador da JetBlue, já detém cerca de 5% do mercado de aviação doméstico regular no Brasil e tem planos ambiciosos de crescimento. No Brasil, a presidência da Azul está nas mãos do carioca Pedro Janot, executivo que veio do ramo de varejo, com atuação em empresas como Mesbla, Zara, Americanas e Grupo Pão de Açúcar. Este ano, Janot quer dobrar o número de passageiros transportados pela companhia: saltar de, 2,2 milhões para 4 milhões. O número de funcionários também deve saltar de 1,8 mil a 2,5 mil e o de aeronaves de sete para 21 unidades. Em entrevista ao Estado de Minas, ele afirma o foco da companhia ainda são os voos nacionais. "Temos muito a apresentar para o Brasil ainda", diz.
  
Quantos voos a Azul tem atualmente no país?
  
Hoje fazemos 106 voos diários e até o fim do ano teremos 212. Estamos em 16 estados. Até dezembro devemos estar em 18 ou 19 estados.
  
Há novas rotas previstas a partir de Belo Horizonte?
  
A partir de julho vamos ligar Belo Horizonte com voos diretos para Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Recife (PE). Hoje temos só para Campinas (SP). A partir do dia 15 de abril já devemos estar vendendo as passagens para as novas rotas a partir de Confins. Temos hoje quatro voos diários de Confins para Viracopos (Campinas). Com as novas rotas, serão oito voos diários.
  
Como está a taxa de ocupação dos voos da Azul? Muitos passageiros são de primeira viagem?
  
A nossa taxa de ocupação está em 86%. Cerca de 15% a 20% estão voando pela primeira vez. Só 30% são executivos, viajam a negócios.
  
Com qual antecedência é preciso comprar a passagem e conseguir preços abaixo de um ônibus leito?
  
Com prazo de 30 dias de antecedência você consegue um preço mais barato de passagem. Mas todos os nossos preços são diferenciados.
A Azul tem interesse em voar no aeroporto da Pampulha, se houver abertura para novos voos?
  
Sim, em alguns voos específicos. Mas o grosso das viagens vão continuar partindo de Confins.
  
Com as novas rotas, a Azul pretende ampliar a presença nos balcões de check-in em Confins? Hoje tem apenas um cantinho no aeroporto...
  
Vamos fazer os novos voos naquele cantinho, não teremos problemas.
  
Muitos aeroportos brasileiros já operam com capacidade esgotada. Como está as perspectivas da Azul em relação aos investimentos nos aeroportos brasileiros?
  
A Infraero vai conseguir dar as respostas aos nossos desafios. Só temos que fazer com que os investimentos aconteçam e que o prazo de entrega prometido pela Infraero seja cumprido.
  
O que tem estimulado a população a viajar de avião?
  
É o somatório de tarifas mais baixas, mais flexíveis, voos diretos, aumento de renda da população e confiança do consumidor na economia.
  
Temos diversas companhias aéreas despontando no mercado, como Webjet, Trip Linhas Aéreas. Há espaço para todas?
  
Acho que temos espaço até para mais companhias. Só temos que ter modelo de distribuição diferente, com companhias menores e menos assentos. Temos que trabalhar com cidades menores e serviço de mais qualidade.
  
Como ficou a situação da Azul na redistribuição dos slots no aeroporto de Congonhas?

Pegamos slots apenas no sábado, com voo para Porto Seguro (BA).

Você acha que alguma companhia foi privilegiada?

Acho que a forma de distribuição deveria ser feita com sorteio, igualmente entre as companhias. Na regra atual, 80% dos slots são destinados às companhias grandes.

Como avalia a mão de obra no segmento de aviação no Brasil?

Não temos problema com comissárias de bordo, piloto e nem copiloto. Podemos ter desafios a partir de 2013, vamos precisar de mais pilotos.

Vocês incentivam cursos de formação de pilotos?

Estamos montando um plano para trabalhar junto com as escolas nacionais. Vamos dar nossos padrões técnicos às escolas. Naquelas que adotarem, poderemos fazer uma pré-seleção dos alunos dentro da
própria escola.

O dólar representa quanto do custo da companhia aérea? A relação do dólar e do petróleo hoje está favorável às empresas de aviação?

O dólar representa cerca de 70% do custo da aviação. Sim, a cotação atual está favorável.