Com aumento no número de passageiros é o Brasil que está a "aquecer" a TAP

21/10/2010 - Destak/Lusa  - destak@destak.pt

O vice-presidente da TAP afirmou que o Brasil está a “aquecer” a companhia aérea no período de crise em Portugal tendo transportado mais de um milhão de passageiros este ano, com 70 voos semanais directos entre Brasil e Europa.

“O crescimento dos principais mercados é relativamente pequeno. Portugal, que é tradicionalmente o nosso mercado, tem crescido em torno de cinco por cento de tráfego o que não é mau para a crise portuguesa. Mas no Brasil, o crescimento foi imenso, chegou a 55 por cento em volume de passageiros”, afirmou Luiz Mor, numa conferência de imprensa na noite de quarta-feira, à margem da maior feira de turismo no continente americano.

Segundo o executivo, não é possível dizer que o pior já passou porque “a crise do ano passado continua na Europa”.

“É o Brasil que está aquecido e que está a aquecer a TAP. Temos ainda um investimento muito bom em África, que está a ajudar. São os mercados fora da União Europeia”, explicou o gestor.

No balanço divulgado, a taxa média de ocupação até Setembro foi de 70 por cento e a estimativa da TAP é transportar 1,5 milhões de viajantes até final do ano nas linhas do Brasil.

“No ano da crise houve redução de oferta da TAP no Mundo inteiro. Mas este ano, prevemos um crescimento de 24 por cento no número de passageiros”, garantiu Mór.

Entre os passageiros desembarcados no Brasil, o número de europeus é expressivo, especialmente o de portugueses, que são responsáveis pelo maior número de passageiros, cerca de 20 por cento, seguidos da Itália e Espanha.

Actualmente a TAP voa para nove cidades brasileiras e possui outros 44 destinos europeus e 11 no continente africano.

Em 2009, a TAP reduziu o número de voos semanais rumo ao Brasil para 57 de forma a adaptar-se à procura, havendo uma queda de quase 10 por cento do volume de passageiros transportados no Brasil.

Já este ano, a companhia aérea recuperou o tráfego realizando 70 voos semanais com dois novos destinos, Belo Horizonte e Campinas, para onde já transportou 20 mil passageiros com altos índices de ocupação nas aeronaves, rondando os 90 por cento.

“Isto é inédito, nunca nenhuma empresa europeia conseguiu isto no Brasil. Continuamos a ser a empresa número um entre Brasil e Europa”, salientou Luiz Mor, destacando que a companhia tem conseguido sobreviver num “ambiente mundial muito difícil”.

“Temos extremos cuidados sobre como operamos e não fazemos aventuras”, disse Luiz Mor, para quem existem duas regiões brasileiras que a TAP ainda pretende cobrir: o sul e o norte do Brasil.

“Belém ou Manaus, Curitiba ou Porto Alegre. Aí existe oportunidade, iremos chegar lá, mas não temos previsões ainda para mais nesta época complicada de crise. Certamente não é para agora”, assegurou.

Questionado sobre o avanço da concorrência, especialmente da espanhola Ibéria, que está a investir em destinos no nordeste do Brasil, Luiz Mór admitiu que estava à espera e garantiu que a empresa está a preparar-se para enfrentar a pressão.

“É um facto esperado, acontece numa época boa de expansão. Existe a pressão sobre o preço, mas a competição traz coisas boas e revitaliza o mercado. Eles vão afectar alguns dos nossos passageiros, mas é possível que consigam trazer um mercado novo”, defendeu.

O vice-presidente da companhia considera que a concorrência é “saudável” e mostrou-se admirado com o facto de “um destino fantástico como o nordeste” ter “tão poucos voos internacionais”.

“Estamos preparados, queremos chegar primeiro. Vamos lutar, já temos uma relação estabelecida com o mercado, com os canais de distribuição tanto da Europa quanto do Brasil. Vença quem tiver o melhor produto e quem vai decidir isso é passageiro”, concluiu.