Procura por aeroportos do interior aumenta 40%

07/01/2011 - José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo


Os 31 terminais paulistas receberam 1,7 milhão de passageiros em 2010, com maior movimento em cinco cidades

O caos aéreo em São Paulo faz aumentar a procura pelos aeroportos do interior. O movimento de passageiros nesses terminais cresceu 40% em 2010. O número de viajantes nos 31 aeroportos administrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) subiu de 1,2 milhão em 2009 para 1,7 milhão no ano passado. Já no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, o movimento de passageiros saltou de 3,3 milhões para 4,6 milhões no mesmo período, segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

De acordo com o engenheiro Fábio Santana, gerente de logística de uma multinacional instalada em Sorocaba, a empresa trocou o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, Região Metropolitana, pelo de Campinas para o embarque de cargas. “Para viagens domésticas do nosso pessoal também optamos pelo aeroporto do interior em razão da facilidade de acesso.” A pernambucana Elisângela de Lima Araújo também optou por Viracopos para retornar ao Recife na segunda-feira. “A fila era bem pequena e o embarque foi rápido.”

De 2009 para 2010, a migração de passageiros nos aeroportos do Daesp também fez aumentar o movimento de aeronaves de 399 mil para 423 mil e o volume de cargas de 2,6 mil para 4,3 mil.

Ociosidade. Em Viracopos, da Infraero, o movimento de aeronaves subiu de 49 mil para 67 mil e de cargas, de 195 mil para 220 mil toneladas. Para a geógrafa e pesquisadora da malha aeroviária Ana Paula Camila Pereira, da Universidade Estadual Paulista, a estrutura é boa, mas subutilizada. Aeroportos como os de Sorocaba, Piracicaba e Bauru operam com alta taxa de ociosidade.

O tráfego de passageiros está concentrado em cinco aeroportos, como o de Ribeirão Preto, com mais de 600 mil em 2010. O aeroporto de Jundiaí foi o estadual que mais recebeu aeronaves em 2010: 100 mil operações. Segundo o Plano Aeroviário do Estado de São Paulo, ele será adequado como aeroporto metropolitano auxiliar. O plano, apresentado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), prevê o uso de dez aeroportos com demanda de voos regionais regulares. Outros 12 como complementares, quatro como turísticos e oito para atendimento local.