Novata em Congonhas, empresa NHT diz que venda é "possibilidade"

08/04/2011 - Portal IG, por Marina Gazzoni

Companhia gaúcha de aviação regional entrou no aeroporto há um ano com avião LET, com capacidade para transportar 19 passageiros

Compartilhar: Um nome chamou a atenção quando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou a lista das companhias aéreas que ganharam espaço no aeroporto de Congonhas, há um ano. A empresa gaúcha de aviação regional NHT completa neste sábado um ano de operação no local. A companhia ficou na frente da Azul e da Webjet na ordem de distribuição de slots (horários de pouso ou decolagem) e hoje opera voos de segunda à sexta para Curitiba no período da noite.

Dentro de Congonhas, a empresa é vista como um peixe fora d`água. Primeiro, porque é a única que opera com uma aeronave de pequeno porte – um modelo LET com 19 lugares. Outra razão é porque, depois da reformulação da malha da Pantanal que priorizou destinos de alta densidade, a NHT é a única companhia 100% focada no segmento de aviação regional presente em Congonhas.

No mercado, comenta-se que a empresa suporta o prejuízo da operação em Congonhas com a ambição de ser vendida para outras companhias. O diretor da NHT, Jeffrey Kerr diz que a empresa não está à venda, mas que essa é uma possibilidade. Para ele, a presença no aeroporto elevou o valor de mercado da companhia. A NHT responde por 0,02% do market share no setor aéreo brasileiro, de acordo com dados de fevereiro da Anac.

“Os parceiros da TAM na aviação regional eram a Trip, a Pantanal e a NHT. A Pantanal e a Trip já foram adquiridas”, diz Kerr. A NHT será a próxima? “Quem sabe”, responde o executivo, que ressalta que a companhia nunca foi procurada por companhias interessadas na aquisição.

Para a NHT operar em Congonhas é um desafio ainda maior. “A entrada no aeroporto foi uma conquista. Mas sabemos que não temos um avião adequado para operar no local”, afirma o diretor de planejamento da NHT, Jeffrey Kerr.

Segundo ele, a empresa pretende adquirir um avião turboélice com capacidade maior para aproveitar o espaço em Congonhas. A meta da empresa é ligar São Paulo a uma cidade do interior do Rio Grande do Sul ou Santa Catarina – provavelmente Santa Maria (RS), Passo Fundo (RS), Concórdia (SC) ou Caçador (SC).

O entrave para o projeto é o tempo entre os slots para pouso e decolagem em Congonhas. Hoje, a companhia deixa seu avião parado no pátio cerca de sete horas. “A aquisição de um ATR (aeronave turboélice francesa) custa R$ 18 milhões. Para viabilizar esse investimento, o avião precisa voar de dez a 12 horas por dia”, diz Kerr. Segundo ele, a NHT está tentando negociar com as demais companhias uma troca de slots para deixar seu avião menos tempo no solo.

Criada em 2006, a NHT possui seis aeronaves LET e voa para 14 cidades, todas na região Sul, com exceção de São Paulo. A companhia faz parte da holding JMT Administração e Participações, que também é dona da empresa de transporte rodoviário Planalto.