Estado de Minas
Aeroporto Regional da Zona da Mata aumenta expectativa de desenvolvimento na região
Prefeito de Rio Novo aprova mudanças, mas se preocupa com a tranqulidade da pequena cidade mineira
Agência Minas
Publicação: 01/09/2011 12:47 Atualização: 01/09/2011 12:53


Aeroporto já teve 18 voos comerciais entre Campinas e Zona da Mata mineira (Gil Leonardi/Secom MG)

O Aeroporto Regional da Zona da Mata (ARZM), localizado nas cidades de Goianá e Rio Novo, iniciou a operação de voos comerciais de passageiros na última semana e já cria boas expectativas na população. Movimentação no comércio, aumento das vendas, geração de emprego e renda são esperados pelos comerciantes e moradores dos dois municípios.

Desde o primeiro dia de operações da companhia aérea Azul, na terça-feira, até essa quarta-feira, 18 voos foram realizados, atendendo a 1.030 pessoas, de Campinas (Viracopos) para a região e vice-versa. De acordo com Denilson Duarte, diretor adjunto da Multiterminais, empresa que gerencia o ARZM, em setembro devem passar pelo local cerca de 5.000 pessoas, entre passageiros e visitantes.

O prefeito de Goianá, Geraldo Coutinho, acredita que a região deverá apresentar grande crescimento: “As expectativas são boas, o pessoal começa a construir em volta, adquirir coisas, a arrecadação também deve aumentar para o município em longo prazo”. Mas afirma que já é possível perceber a diferença: “Temos um fluxo maior na cidade e com certeza teremos um desenvolvimento, por exemplo, do comércio”.

Durval Cardoso, gerente de uma loja de materiais de construção em Goianá, confirma a movimentação no município. “Estamos acreditando muito no crescimento da cidade como um todo e, claro, da nossa loja. Com certeza já é possível perceber uma movimentação positiva. Imagino que possa haver um crescimento de até 30% nas vendas”, diz.

O proprietário do único hotel de Goianá, Geraldo Célio, também está confiante. “Quando começaram a construir o Aeroporto, eu tinha quatro quartos apenas. Hoje já são 21 e agora vou fazer um novo investimento de R$ 150 mil, para colocar ar condicionado em alguns quartos, frigobar, televisões melhores e internet”, relata.

Segundo o empresário, desde que as obras no local reiniciaram, a clientela melhorou. “Recebemos pessoas das firmas que prestam serviço no Aeroporto. Estamos conseguindo manter uma média de ocupação de cerca de 50%”, informa.

Em Rio Novo, não é diferente. O clima de mudanças também predomina. O prefeito Antônio de Moura Varotto aprova o desenvolvimento, desde que com responsabilidade. “A tendência é trazer muitas coisas boas para a região. A gente espera que empresas venham se instalar, a geração de novos empregos, mas também existe preocupação com a tranquilidade na cidade e com as estradas, pois o trânsito vai aumentar”.

Os irmãos Leonardo e Wélida de Oliveira Juliani são proprietários, há 13 anos, de um restaurante com 10 funcionários na praça principal da cidade. Ela conta que a cara do município já está mudando. “Temos novas pessoas circulando na cidade, já modificou um pouco. A esperança para a nossa cidade é que o aeroporto dê certo”, destaca.

“A movimentação acelerou novamente. O início das obras foi uma época muito boa, íamos até o aeroporto levar marmitex para o pessoal. Depois ficou um pouco parado, mas com as novas intervenções e, agora, com o funcionamento do Aeroporto, estamos programando a contratação de mais gente para o restaurante, reformamos o local e criamos um espaço com ar condicionado”, relata Leonardo.

Miriam Melo Guimarães Nogueira, gerente de um dos hotéis da cidade, avalia que a movimentação vem aumentando desde a retomada das obras no aeroporto. “Começaram a vir os engenheiros, o pessoal das obras, depois da Aeronáutica, da Anac, então já tem trazido uma ocupação relativa. Agora, com o funcionamento do aeroporto, nossa expectativa aumenta e esperamos que se concretize”, afirma. O hotel possui 42 apartamentos e oito aparts, já ocupados.

Passageiros e cargas

O primeiro voo no Aeroporto Regional da Zona da Mata aconteceu após a mudança da administração, que passou da Infraero para o Governo de Minas, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). O último investimento feito pelo Estado, cerca de R$ 12 milhões, ampliou a capacidade de uso da pista de pouso e decolagem de 1.800m para 2.500m.

Com essa extensão, é permitida a manobra de aeronaves de grande porte. “Com a estrutura concluída para atuar no transporte aéreo de passageiros e cargas, o aeroporto se torna um importante hub logístico, se apresentando como um canal de importações e exportações, capaz de atrair e canalizar inúmeros investimentos para a região” afirma o secretário Carlos Melles.