Grupo investe em aeroporto privado

13/01/2012 - Gazeta Digital

Local será alternativa ao Marechal Rondon, em Várzea Grande, e deverá atender empresários, investidores e até mesmo políticos

A REDAÇÃO

A poucos quilômetros do Centro Político Administrativo de Cuiabá está instalado o mais novo aeroporto da Capital mato-grossense. Construído por um grupo do agronegócio, o local será uma alternativa para o Marechal Rondon, em Várzea Grande, e deverá atender empresários, investidores e executivos de passagem pela cidade para reuniões de negócios e afazeres em diferentes órgãos do governo estadual.

Com 1,8 mil metros, a pista ainda em fase de acabamento terá capacidade para receber até voos de jatos e está, por enquanto, certificada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para receber aeronaves que podem pousar em terreno sem asfalto e durante o dia. Por trás deste negócio está o empresário e produtor rural Eraí Maggi, proprietário do grupo Bom Futuro, e que acaba de inaugurar sua nova sede em Cuiabá.

Ideia do aeroporto, segundo Maggi, surgiu da necessidade de viajar constantemente para o interior do Estado e pela distância em que o aeroporto Marechal Rondon se encontro do CPAe do local onde instalou a sede do grupo, na Rodovia Helder Cândia, conhecida como estrada da Guia.

O investimento para construção do aeroporto Eraí Maggi não divulga, mas segundo ele, ainda este ano, após o término do período chuvoso, o asfaltamento da pista será concluído e será feita a iluminação da pista. Intenção do produtor é alugar a pista para voos particulares e inclusive locar espaço para instalação de hangares. “De um lado da pista será as áreas de embarque e desembarque do aeroporto e do outro os hangares para os que se interessarem”.

Segundo ele, a região reúne muitas empresas, os principais órgãos públicos e a tendência é de que as sedes instaladas no interior do Estado migrem para Capital e que o entorno do CPAé o local mais cobiçado. Além do Grupo Bom Futuro, a sede do grupo André Maggi também será inaugurada nas proximidades do Centro Político Administrativo.

De acordo com o economista especialista em logística, Edeon Vaz, a iniciativa de construir um aeroporto privado em Cuiabá é visionária. “Estamos em plena expansão econômica, atraindo investidores e temos carência de um centro empresarial. Com a instalação de grandes empresas em uma mesma região, a tendência é que o local se valorize e surja com isso a necessidade de aeroporto próximo”. Segundo ele, a demanda é certa, não só pelo próprio empresário que construiu, como por parte de parceiros e demais empresários e até políticos.

Para interligar o aeroporto à empresa, Eraí Maggi também irá construir um túnel, para evitar a passagem sobre a rodovia. “Já temos as licenças e em breve começa a construção”, garante.

Anac informa que todo aeródromo a ser construído necessita da autorização prévia da agência e que o começo das obras é permitido após a contratação de um engenheiro habilitado a elaborar projetos de aeródromos.

Cerca de 40 aeroportos privados estão registrados em MT

Por outro lado - Enquanto os empresários tomam iniciativa e partem para construção de aeroportos particulares, as empresas aéreas comerciais lutam para que os aeroportos públicos recebam a infraestrutura necessária para operarem. De acordo com Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), pelo menos 10 cidades do interior do Estado despertam o interesse das empresas aéreas, mas precisam passar por reformas ou ampliação para receber aeronaves.

Segundo o presidente da associação, Apostole Lázaro Chyssafidis, um estudo encomendado pela entidade identificou a necessidade de investir cerca de R$ 350 milhões para a reforma de 10 aeroportos. “Estamos lutando junto com o governo do Estado para conseguir verba do governo federal. Mato Grosso tem muito potencial para ampliar a aviação regional, tanto pelas distâncias entre as cidades quanto pelo crescimento econômico”. Secretaria de Estado de Turismo (Sedtur) informou que a carta consulta enviada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi aprovada e que até março deve ser liberada a primeira parte do dinheiro que será destinado à construção, ampliação, reforma e iluminação de alguns aeroportos. São R$ 70 milhões que serão investidos nos aeroportos de Juína, Rondonópolis, Pontes e Lacerda, Cáceres, Nova Mutum, Juara, São Félix do Araguaia, Tangará da Serra, Cáceres, Diamantino e Barra do Garças.

Por enquanto a pista é de terra, mas após o período chuvoso será asfaltada e terá capacidade de receber até jatos