Anac libera pista de 2.800 metros em S. Roque

14/03/2012 - O Estado de São Paulo

GLAUBER GONÇALVES

A construtora JHSF recebeu da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a autorização para construir um aeroporto executivo privado em São Roque, a 60 km de São Paulo. A empresa está agora trabalhando no projeto executivo e só depende da obtenção das licenças ambientais para iniciar as obras. A expectativa é de que as permissões sejam dadas até o fim deste ano e a construção comece em 2013.

O documento emitido pela Anac estabelece que o projeto terá de cumprir ainda requisitos de uso de solo e zoneamento urbano estabelecidos em diversas esferas da administração pública. O empreendimento será erguido em um terreno de 7 milhões de m² de propriedade da JHSF, às margens da Rodovia Castelo Branco.

A pista do aeroporto terá 2.800 metros, maior do que a de Congonhas, que tem 1.940 metros. No local, além de um shopping center já em construção, devem ser erguidas também torres comerciais. Procurada, a JHSF não quis comentar.

O aeroporto, que receberá investimentos de R$ 400 milhões, deve ficar pronto entre janeiro e fevereiro de 2014, a tempo de realizar testes de operação antes da Copa. O projeto já recebeu o aval do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo, órgão ligado ao Comando da Aeronáutica.

Para Francisco Lyra, da CFly Aviation, parceira da JHSF no projeto, com a entrega dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília à iniciativa privada, a aviação executiva deve perder espaço nesses locais, o que amplia a demanda por novas estruturas.

"A aviação executiva não vai ter vez (nos aeroportos concedidos), porque não gera um volume alto de receitas", diz. Por enquanto, com o sinal verde recebido da Anac, o aeroporto poderá receber e originar voos executivos domésticos.

Para um especialista em aviação que pediu para não ser identificado, o aval dado ao empreendimento da JHSF dá um alento a outros projetos aeroportuários no Estado de São Paulo. No ano passado, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) descartou o plano de construção de um aeroporto em Caieiras pela Andrade Gutierrez e pela Camargo Corrêa, alegando que poderia interferir nas operações de outros aeroportos.