Brasil deve ser maior fonte de receita da TAP em 2012

12/03/2012 - Valor Econômico

O Brasil deverá se tornar, em 2012, a maior fonte de receita da TAP, ultrapassando Portugal. A estimativa é do vice-presidente da companhia aérea portuguesa, o brasileiro Luiz da Gama Mór. De acordo com ele, o país deve responder por 25,5% do faturamento da TAP neste ano, ante 25% do mercado português. No ano passado, essa relação ficou em 23% e 27%, respectivamente. Os 50% restantes estão pulverizados em outros mercados, principalmente europeus.

"Isso mostra a importância do Brasil para nós. Vamos crescer apesar de não planejarmos novos voos e aumento de frota em 2012", diz Mór. Ele conta que o crescimento esperado para o mercado brasileiro virá de novas rotas que foram criadas no segundo semestre de 2011, como Porto Alegre-Lisboa.

A TAP opera entre 75 e 77 voos por semana entre o Brasil e Portugal, dependendo se o período for de alta ou baixa demanda. Com isso, a empresa está entre as três companhias aéreas estrangeiras com maior quantidade de voos semanais no país.

Atualmente, a TAP se prepara para ser privatizada e conta com 55 aeronaves da europeia Airbus em sua frota. Incluindo a empresa aérea regional Portugália (PGA), controlada por ela, são mais 16 aviões, totalizando frota de 71 aeronaves.

Mór afirma que a TAP não deverá inaugurar nenhuma nova rota entre Brasil e Portugal em 2012. Segundo ele, poderá haver aumento de frequências em rotas já existentes, como entre Belo Horizonte e Lisboa. "Não planejamos descontinuar rotas no Brasil. Isso é um palavrão para nós", afirma o executivo.

A TAP deverá registrar crescimento de 6% no fluxo de passageiros transportados em 2012, diz Mór. Em 2011, o executivo estima que o aumento foi de 9%. Somente nas rotas entre o Brasil e Portugal a companhia transportou 1,532 milhão de passageiros, uma expansão de 7,4% na comparação com 2010.

A empresa aérea portuguesa só deverá divulgar os resultados financeiros de 2011 em meados de abril. O último balanço, referente a 2010, mostrou lucro líquido de € 62,3 milhões, um crescimento de 8,7% na comparação com o ano anterior.

A privatização da TAP deverá ter início até o fim do primeiro semestre e o comprador deverá ser conhecido até o fim de 2012, diz Mór. Atualmente, o governo português está escolhendo o banco e os advogados que vão comandar esse processo.

Segundo Mór, já é certo que a privatização da TAP vai envolver a venda de 100% do capital da companhia. A tendência, diz ele, é a inclusão de todas as empresas controladas pela TAP, ao todo sete.

Mór integra um grupo de quatro executivos brasileiros que comandam a TAP há 12 anos, incluindo o presidente, Fernando Pinto, que presidiu a Varig entre 1996 e 2000. O mandato deles se encerrou em dezembro de 2011, mas os quatro vão permanecer até a definição da privatização.

A TAP não tem comentado nomes de interessados no seu processo de privatização. No entanto, já é público o interesse de companhias aéreas como a Qatar Airways e a International Airlines Group (IAG), holding da fusão entre a British Airways e a Iberia. Em dezembro, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disseque há brasileiros interessados na TAP.