Com a crise mundial, fabricante brasileira prevê estagnação

23/03/2012 - Estado de S.Paulo

A Embraer alerta que a deterioração na situação econômica mundial vai se manter em 2012, afetando mais uma vez o mercado da aviação. Para o presidente da área de aviação comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, a crise na Europa, a alta do petróleo, o real valorizado e o crescimento ainda abaixo do potencial dos mercados emergentes serão traduzidos em um ano de estagnação no crescimento das vendas da empresa.

A estimativa é que as entregas da Embraer em 2012 apenas repitam os números de 2011, quando 105 jatos foram fornecidos. Entre 2010 e 2011, a empresa já havia registrado uma queda de seus lucros e 2012 não será, por enquanto, o ano da retomada. "O ambiente está mais complicado e vemos uma deterioração nas condições do mercado", disse o executivo.

Mesmo no Brasil, a taxa de expansão do setor de aviação vem perdendo fôlego. Há dois anos, a expansão do número de passageiros foi de 25%, ante 18% no ano passado. Em 2012, a taxa será de 10%.

Moeda. Outro fator que preocupa a empresa é a taxa de câmbio, que torna as exportações menos competitivas. "O que mais pedimos é uma taxa de câmbio melhor", disse. Segundo ele, 92% da produção da Embraer é para a exportação e, com a elevação do custo de produção no Brasil e a valorização do real em 35% nos últimos anos, o produto nacional foi seriamente afetado. / J.C.