Terminal de Confins enfrenta atraso em obras, cada vez mais caras e demoradas

15/03/2012 - Estado de Minas

Quadro em Confins é de preocupação

Zulmira Furbino

Com uma taxa de ocupação de 92% de sua capacidade total, o terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, está em uma situação considerada “preocupante” pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Boletim Radar: tecnologia, produção e comércio exterior, lançado nessa quarta-feira pela instituição, classificou a capacidade de atendimento de passageiros de 17 dos 20 principais aeroportos brasileiros como “muito grave”. A situação dos equipamentos foi dividida entre adequada (até 80% de ocupação), preocupante (entre 80% e 100%) e crítica (acima de 100%). Segundo o Ipea, apenas três aeroportos brasileiros estão em situação adequada. Em outros cinco, entre eles Confins, a situação é preocupante e em nada menos do que em 12, crítica.

“A situação preocupa porque entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2012, as etapas previstas para a evolução das obras a cargo da Infraero avançaram pouco”, diz Carlos Álvares da Silva Campos Neto, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. Com base em dados fornecidos pela própria estatal, segundo ele, houve incremento de R$ 1 bilhão nas estimativas de investimentos e, por outro lado, dilatação dos prazos previstos para conclusão das obras referentes aos terminais de passageiro.

A Infraero prevê a inauguração dessas obras para o fim de 2013, a tempo da Copa do Mundo de 2014, mas os pesquisadores do Ipea afirmam que dos 11 aeroportos que estão recebendo investimentos em terminais de passageiros, oito apresentam poucas condições de conclusão até 2014. Isso levando-se em consideração que a execução das obras relativas à pista, ao pátio e aos terminais provisórios não sofrerão atrasos. O aeroporto de Confins vai receber R$ 508,6 milhões em investimentos até dezembro de 2013. Segundo o superintendente regional da Infraero em Minas, Mário Jorge Oliveira, o terminal fechou o ano de 2011 com capacidade para receber 9,4 milhões de passageiros. A capacidade “teórica” é de 10,2 milhões.

“Dentro da experiência internacional, quando chega esse momento, é hora de fazer uma intervenção para crescer. As obras no terminal 1 foram iniciadas em setembro do ano passado para evitar chegar ao limite da capacidade”, diz Oliveira. De acordo com ele, a reforma do atual terminal fica pronta no final de 2013. “Apesar dessa capacidade nominal, temos bastante faixas de horário nas quais se pode operar novos vôos. Não falo da madrugada, que seria cinismo da minha parte. Tem horários livres à tarde nos quais se poderia operar”. Segundo ele, os piores horários vão das 7h às 11h e das 19h às 23h.

Mudança Em agosto do ano passado, porém, a Infraero alterou a metodologia para calcular a capacidade de atendimento de passageiros de dez dos 13 terminais aeroportuários no Brasil que atenderão à Copa do Mundo. Com isso, a capacidade dos terminais teve um acréscimo médio de 65%, passando de 66,6 milhões para 102,3 milhões de passageiros por ano, sem qualquer investimento. Os maiores aumentos ocorreram em destaques de incremento de capacidade couberam aos aeroportos de Porto Alegre (180,0%), Manaus (156,0%), Fortaleza (106,7%), Confins (104,0%) e Viracopos (94,3%). Para chegar a esses números, a empresa levou em conta a capacidade ociosa nas instalações durante a madrugada.