Especialistas apoiam união na aviação regional 

30/05/2012 - Folha de São Paulo

Preço de passagem pode cair, dizem especialistas

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

ELIDA OLIVEIRA
RIBEIRÃO PRETO

Silva Junior/Folhapress/
Uma dezena de empresas regionais fechou as portas nos últimos anos: Air Minas, No Ar, TAF, Team, Puma e Rico, entre outras.

Quem não foi comprada, como a Pantanal, adquirida pela TAM, e agora a Trip, em processo de fusão com a Azul, parou de voar.

"As empresas menores são mais vulneráveis e não aguentam prejuízo por muito tempo", diz o professor de transporte aéreo Elton Fernandes, da Coppe/UFRJ.

"A consolidação é um movimento natural, questão de sobrevivência com o combustível acima de US$ 100."

A Trip e a Passaredo conseguiram se destacar com uma estratégia de modernização de frota e alianças estratégicas com TAM e Gol.

Mas mesmo a Trip, maior empresa regional da América Latina, estava havia meses em busca de um sócio. Tentou vender uma participação de 30% para a TAM, mas, como o negócio não foi adiante, uniu-se à Azul.

Para Cleveland Prates, da FGV e ex-conselheiro do Cade, a consolidação na aviação regional é benéfica ao consumidor na medida em que trás ganhos de eficiência. Mais eficiência, diz, permite cobrar menos, o que estimula a demanda.

"A TAM também começou como regional. Uma empresa forte tem mais chance de fazer frente às não regionais."

A falta de concorrência no setor é mais prejudicial em aeroportos que operam no limite de capacidade, como Congonhas ou Brasília.

"A falta de infraestrutura é uma barreira para a entrada de competidores. Onde não tem esse problema a entrada é fácil. Se há uma empresa operando sozinha e cobrando muito, aparece outra."

PASSAREDO

Quase dez anos após suspender as operações por problemas financeiros, a Passaredo, de Ribeirão Preto, vai expandir a frota em 86% com foco em rotas regionais.

O investimento é estimado em US$ 450 milhões para a compra de 20 aeronaves ATR-72/600, de 70 lugares.

A empresa também pretende incorporar, por meio de contratos de leasing, mais seis aeronaves, por R$ 130 milhões. A frota deve passar dos atuais 14 jatos Embraer ERJ-145 para 40 aeronaves em três anos.