Começam investimentos em Viracopos

10/08/2012 - Valor Econômico

Por Fábio Pupo

A Triunfo Participações e Investimentos informou ontem, em seu balanço do segundo trimestre, que começam ainda neste mês os investimentos privados no aeroporto de Viracopos, em Campinas (interior de São Paulo).

A empresa venceu com as sócias UTC Participações e Egis o leilão feito pelo governo federal em fevereiro. Junto com a Infraero, as companhias irão operar o aeroporto a partir de novembro (a ordem de serviço, que autoriza as obras, foi emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil há um mês).

O objetivo da companhia é entregar o segundo terminal de passageiros em 22 meses, uma exigência do edital de concessão do aeroporto. O prazo se encerra em junho, mês de início da Copa do Mundo de 2014. O terminal, informou a empresa, terá capacidade para 14 milhões passageiros e fingers para 28 aeronaves.

O investimento estimado para essa fase, diz a Triunfo, é de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 400 milhões da concessionária - composta por Triunfo, UTC e Egis (51%) e pela Infraero (49%). O BNDES financirá a grande parte: R$ 1 bilhão.

A Triunfo informa já ter aportado sua parte do capital (23% do total) na sociedade, utilizando os recursos de nota promissória anunciada em março.

A companhia ainda divulgou no balanço informações financeiras do aeroporto para referência ao mercado. A receita líquida do aeroporto foi de aproximadamente R$ 285 milhões em 2011, com 17% de crescimento comparado a 2010, e com margem Ebitda próximo a 40%. Em 2011, 66% das receitas eram relacionadas a carga, 23% a passageiros e apenas 11% era receita comercial e outras receitas.

No segundo trimestre, a Triunfo registrou prejuízo de R$ 10,3 milhões. No mesmo período do ano passado, a perda foi de R$ 333 mil. A piora na última linha do balanço ocorreu mesmo com melhora operacional: o faturamento aumentou 37,6% na comparação, para R$ 246,1 milhões.

A maior receita foi influenciada, entre outros, por maior venda de energia (24,9% maior) e maior arrecadação de pedágio (10% mais).

O endividamento medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) está em 3,73, frente 2,66 no mesmo trimestre do ano passado. A companhia espera reduzir esse número a partir de agosto de 2013, quando inicia a geração de energia em uma de suas hidrelétricas.