Confins vive uma corrida contra o tempo para finalizar obras

10/08/2012 - Estado de Minas

Novo cronograma é criado para acelerar obras no aeroporto, mas especialistas criticam prazo para finalizar trabalhos

Geórgea Choucair - Estado de Minas

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o consórcio Marquise/Normatel correm contra o tempo para conseguir finalizar as obras do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, antes da Copa de 2014. O consórcio vai ampliar em 25% o número de trabalhadores (de 200 para 250) no aeroporto para tentar recuperar o tempo perdido com o atraso das obras. A decisão foi acertada ontem, depois que a Infraero analisou o novo cronograma de obras entregue pela Marquise à estatal.

O objetivo da Infraero é conseguir terminar a ampliação e modernização do terminal 1 do aeroporto dentro do prazo planejado, em dezembro de 2013. Atualmente, o consórcio faz em Confins as obras do sistema viário e do terceiro piso, onde serão construídas as novas lojas. A expectativa da estatal é de que as obras, que serão feitas em sete etapas, consigam estar dentro do cronograma em abril ou maio de 2013.

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários fez denúncia em 18 de julho no Ministério Público Federal (MPF) contra o atraso dos trabalhos em Confins. Em quase um ano, apenas 10% das obras foram concluídas, sendo que 25% já deveriam ter sido executados. “Daqui a pouco vem a chuva e a situação pode ficar ainda pior”, avalia Leandro Castro Pinheiro, representante do sindicato. A entidade denunciou ainda erros na execução de pilares do estacionamento. A Infraero quer chegar ao final do ano com 35% a 38% da obra executada em Confins. A obra do terminal 1 começou em setembro do ano passado e foi orçada em R$ 223 milhões. Segundo a estatal, o valor do orçamento não vai ser alterado. 

O aumento no número de funcionários em Confins não vai ser suficiente para solucionar o problema de atraso nas obras, avalia Ugo Ferreira Braga Tadeu, professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC), com pós-doutorado em transportes no Canadá. “O tempo que a empresa recebeu para fazer a obra é muito curto para atender à demanda atual e futura do aeroporto. Só a contratação de mais pessoal não vai resolver o atraso”, diz. Segundo ele, é preciso bom planejamento em função da demanda que se tem hoje e que se terá no futuro. O professor ressalta que o aeroporto foi projetado para transportar 5 milhões de pessoas e está recebendo 9 milhões. “Não é por acaso que Confins está na lista para participar do leilão de concessões”, ressalta Tadeu. Na próxima semana é esperado que a presidente Dilma Rousseff anuncie a privatização de Confins e do Galeão no novo pacote de concessões em infraestrutura para estimular a economia. 

Puxadinho Até quarta-feira, a Infraero vai lançar a licitação do terminal 3 de passageiros, o “puxadinho”. O novo terminal vai ter área de 11,5 mil metros quadrados e pátio de 28,4 mil metros quadrados. O orçamento previsto para a obra é de R$ 100 milhões e a capacidade do terminal vai aumentar em 4,9 milhões de passageiros. Até setembro, a estatal lança também a licitação para as obras da pista e pátio. A pista vai se expandir em 600 metros quadrados – vai passar de 3 mil m2 para 3,6 mil m2.