Governo quer operadora estrangeira com Infraero

30/08/2012 - Valor Econômico

Por Cristiano Romero

O governo quer convencer uma grande operadora internacional de aeroporto a ser sócia minoritária da estatal Infraero para gerir terminais como os do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte. Em missão liderada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, um grupo de autoridades embarcou ontem à tarde para a Europa, onde manterá conversas com operadores como a alemã Fraport, a espanhola BAA, a francesa ADP e a holandesa Schipol.

O plano do governo é criar uma subsidiária da Infraero - a Infrapar -, para ser sócia majoritária em associações com operadoras estrangeiras. A Infrapar teria até 60% do capital dos aeroportos e o sócio estrangeiro, o restante.

A gestão dos aeroportos seria estatal, mas, a exemplo do que fez com a Petrobras, o governo daria à Infrapar a possibilidade legal de ter maior flexibilidade nas licitações. A ideia é liberar a nova estatal de obrigações burocráticas previstas na Lei 8.666.

O governo decidiu consultar as operadoras internacionais porque não tem certeza da viabilidade do modelo idealizado. A princípio, essas empresas não têm interesse em ser sócias minoritárias de uma estatal brasileira que não conhecem. Os críticos da proposta, dentro do próprio governo, alegam que as operadoras dificilmente serão atraídas para um negócio no qual não vão mandar e entrarão apenas com o know-how.

A ideia de associação com operadoras estrangeiras é uma opção ao modelo de concessão ao setor privado adotado nos leilões dos terminais de Brasília, Campinas (SP), Guarulhos (SP) e São Gonçalo do Amarante (RN). Se as empresas consultadas rejeitarem a proposta, o governo estudará opções, como a adoção de parceiras público-privadas. Neste momento, o modelo de concessão está descartado.