TAM Executiva avalia operar aeroportos

10/08/2012 - Valor Econômico

Por Alberto Komatsu

A TAM Aviação Executiva tem interesse em ser operadora de aeroportos privados de aviação executiva e já mantém conversações para participar de dois projetos nesse sentido. O Valor publicou ontem que o governo baixará decreto, nos próximos dias, autorizando empresas privadas a operarem comercialmente terminais com esse perfil. Há pequenos aeroportos privados no país, mas seus administradores não podem fazer uso comercial deles.

"Nós fomos contactados e temos interesse em participar, pelo menos do processo de discussão e estarmos presentes como operadores. Estamos conversando. Estamos em contato e temos interesse em participar se as condições nos atenderem", afirmou ao Valor, o presidente do conselho de administração da TAM Aviação Executiva, Mauricio Amaro. "Do ponto de vista de oportunidade societária, eu acho difícil. Não acho que o negócio de operadores de aeronaves é possuir aeroportos. Demanda muito investimento e um conhecimento de gestão que nós não possuímos", acrescenta ele.

O executivo se referiu aos dois projetos que já foram protocolados na Secretaria de Aviação Civil (SAC). Um é do grupo imobiliário JHSF, que atua em incorporações, aluguel de escritórios comerciais e shopping centers. O outro é da dupla de empresários Fernando Botelho Filho e André Skaf, este último filho do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

O projeto da JHSF deverá ser erguido em São Roque, no interior de São Paulo, a 62 quilômetros de distância da capital, com área destinada ao aeroporto de 2 milhões de metros quadrados, de uma área total de 7 milhões de metros quadrados que vai incluir shopping, centro empresarial, centro universitário e residencial.

"O investimento no aeroporto está em torno de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões, fora o investimento da área imobiliária", disse o diretor de novos negócios da JHSF, Humberto Polatti, acrescentando que, a previsão de início de operações é no primeiro semestre de 2014, "em tempo para a abertura da Copa do Mundo".

O segundo projeto é no município de São Paulo, "quase na divisa com Embu-Guaçu, entre 19 e 21 quilômetros, em linha reta, do Aeroporto de Congonhas", conta Skaf. Segundo ele, foi criada a empresa Harpia para ser a administradora do aeroporto, que ainda não tem nome.

Segundo ele, o investimento já foi estimado, mas só poderá divulgá-lo posteriormente. As dimensões e capacidade operacional só serão divulgadas após a obtenção das licenças ambientais.

"Além da TAM, estamos conversando com outras empresas do mercado", acrescentou Skaf. No entendimento dele, o contrato que deverá ser assinado com o governo é uma "autorização para investimento público". O empresário acrescentou que o prazo de vigência ainda não está claro.

Amaro, da TAM Aviação Executiva, afirma que uma das condições para a empresa participar como a operadora é justamente o tempo de duração do contrato.

"Operadores estratégicos para esses aeroportos deveriam ter algum tipo de condição específica, porque somos fontes de receita grande, de operação de aeronave e manutenção. Uma dessas condições é o contrato de concessão com prazos mais longos".