Aeroportos dificultam crescimento

17/09/2012 - Zero Hora

Enquanto o número de passageiros transportados no mercado doméstico cresceu 7,39% de janeiro a julho em comparação ao mesmo período do ano passado, a TAM avançou apenas 1,27% e a Gol caiu 3,21%.

A perda de participação de mercado, entende Richard Lucht, professor de ambiente de negócios da aviação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), se deve ao esgotamento da capacidade dos principais aeroportos brasileiros. O especialista lembra que, como a economia brasileira se descentralizou nos últimos anos, cidades que não contavam com ligação aérea passaram a ter. E empresas como Gol e TAM, com aviões de maior porte, não tinham como operar nesses mercados.

– Foi um espaço que as outras companhias pegaram nas linhas de média densidade. Cresceram onde os aeroportos estavam lotados – diz Lucht, lembrando que uma das saídas da TAM foi avançar no mercado internacional com a fusão com a chilena Lan.

Para Pedro Galdi, estrategista-chefe e analista do setor aéreo na corretora SLW, a disputa de preços também contribuiu para os prejuízos.

– TAM e Gol fizeram uma guerra tarifária que prejudicou a estrutura de capital das empresas. Quando o dólar e os combustíveis subiram, comeram as margens delas – avalia.

A inclusão do setor na desoneração da folha de pagamento também deverá ser um alívio para as empresas uma vez que o peso do quadro de pessoal corresponde a 20% do custo. Para o professor, Volney Gouveia, da Universidade Anhembi Morumbi, o governo deveria adotar uma política de estabilidade no preço dos combustíveis para evitar as grandes oscilações que causam desequilíbrio financeiro.