Despedida do Concorde gera comoção 30 anos

09/09/2012 - O Globo e Extra

Supersônico da Air France chamava atenção pela austeridade; cariocas lamentaram

VIVIANE FREITAS
viviane.freitas.personale@oglobo.com.br

JORGE MARINHO/31-12-1982

Despedida com estilo. O Concorde parte para seu último voo regular entre Rio e Paris,
no dia 31 de março de 1982. O supersônico era uma atração no aeroporto do Rio de Janeiro

Foi exatamente no dia 31 de março de 1982 — mesmo ano em que surgiram os Jornais de Bairro — que os cariocas se despediram do Concorde da Air France, que fazia a rota Rio-Paris- Rio. Segundo reportagem publicada em O GLOBO, há 30 anos, foi encerrado um ciclo de quase 1.500 voos, duas vezes por semana, durante seis anos. A passagem custava três vezes mais que a dos outros aviões.

Os momentos de pouso e decolagem do supersônico chamavam atenção das pessoas, na época. As turbinas soltavam bolas azuis de fogo, a 360 quilômetros por hora. O Concorde pousava praticamente em pé, como um foguete, para depois encostar o bico no chão.

Morador do Village, o engenheiro José Carlos Cardoso ainda lamenta a extinção do aparelho, que, na época, era uma verdadeira atração.

— Realmente, era um evento ver o Concorde chegando ou partindo do Aeroporto do Galeão. As pessoas ficavam encantadas em vêlo, porque era muito bonito. Era um privilégio viajar nele, apenas quem tinha muito dinheiro conseguia. Decolava quase verticalmente, parecia um foguete. Foi uma pena ter acabado com o Concorde, mas acredito que as pessoas que o utilizavam foram as que mais perderam — lembra o engenheiro.

Os motivos que levaram o governo da França a cancelar os voos para o Rio foram a elevação do preço dos combustíveis e a crescente desvalorização da moeda.