Avianca deve comprar TAP sem recursos do BNDES

30/10/2012 - Folha de São Paulo

Empresa foi a única escolhida pelo governo português para fazer oferta
Dono da companhia diz que está em contato com outros bancos; negócio ainda depende de análise de informações
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

O empresário German Efromovich, dono da Avianca, único candidato escolhido pelo governo português para fazer uma proposta de aquisição da TAP, afirma que não deve recorrer ao BNDES para a concluir a operação.

"Não sei se precisa do BNDES", disse à Folha. "Tenho recebido ligações de muitos bancos querendo entrar na operação. A não ser que o BNDESpar demonstre interesse, mas até agora não houve conversas nesse sentido."

O governo português oficializou o convite para que Efromovich apresentasse uma proposta no último dia 19, depois de eliminar outros dois concorrentes.

Com o convite, Efromovich agora tem acesso às informações financeiras da TAP, empresa que acumula uma dívida de € 1,2 bilhão.

"Estou bastante otimista e esta operação faz todo sentido. Mas depende do que vou ver no 'data room'. Se a gente não gostar do que olhar, não precisamos comprar."

Efromovich explica que se a operação for adiante, o grupo Synergy, holding que concentra os negócios do empresário em diversas áreas, abrirá uma empresa europeia. Por ser descendente de poloneses, Efromovich está livre da restrição que exige nacionalidade europeia para o controlador uma companhia aérea no continente.

O negócio levará à criação de uma empresa que ainda é metade do tamanho de LANTAM, com pouco mais de US$ 7 bilhões de faturamento, ante US$ 13,5 bilhões do grupo chileno-brasileiro.

Porém, o grupo de Efromovich, passaria a liderar o mercado do Brasil para a Europa.

A operação também fortalece a irmã caçula da Avianca TACA, a Avianca Brasil.

Como parte do grupo, a empresa, que detém menos de 5% do mercado brasileiro, passaria a ter a sua malha integrada à da TAP, o que lhe daria mais fôlego para abocanhar mais rapidamente uma fatia maior.

O objetivo de Efromovich é triplicar de tamanho no mercado brasileiro e ampliar a frota atual, de 34 aviões, para 40 até 2015. "Não tenho ambição de ter o tamanho que as grandes têm no mercado brasileiro", diz. "Prefiro uma operação doméstica enxuta, porém rentável."

FRASES

"Não tenho ambição de ter o tamanho que as grandes têm no mercado brasileiro. Prefiro uma operação enxuta, porém rentável"
"Tenho recebido ligações de muitos bancos querendo entrar na operação"
GERMAN EFROMOVICH
dono da Avianca



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