Em reunião com Jorge Viana, presidente da Gol sinaliza mudança de tarifas para o Acre

23/01/2013 - A Gazeta do Acre

Uma semana depois de cobrar explicações da Gol Linhas Aéreas pelas altas tarifas nas passagens aéreas no Acre, o senador Jorge Viana (PT/AC) foi procurado pelo presidente da companhia, Paulo Kakinoff. "Foi uma reunião de trabalho. Reclamei do fato de as regiões Norte e Nordeste terem as passagens mais caras do mundo", comentou. "Onde mais se precisa do transporte aéreo, parte da população não pode viajar por conta dos preços". Eles estiveram reunidos nesta quarta-feira, 23, em Brasília.

O senador recebeu garantias de que a Gol vem mudando sua política de preços, com novas tabelas para quem compra com antecedência os bilhetes de viagem. O problema a ser enfrentado é a tarifa do combustível. O preço do querosene no Brasil é 55% mais caro do que a média mundial. Isso implica que de 40% a 50% do preço da passagem é impactado diretamente pelo custo do combustível.

Jorge Viana diz que vai dar início a uma campanha no Senado para reverter o quadro. "A Petrobras, que monopoliza esse comércio, está ficando com a maior parte da bolada do preço da passagem. Isso é um absurdo", anunciou o senador. Ele questionou o fato de que em Cruzeiro do Sul, no Acre, a tarifa de combustível de avião é a mais cara do país. "Isso deixa as passagens mais caras não só na Gol e em outras companhias aéreas, mas também para quem anda de teco-teco indo para os municípios próximos", criticou.

"Temos que encontrar as causas do problema e resolvê-las. Até porque, com o trabalho que o governo Lula fez, uma parte que nunca tinha entrado em um avião, agora viaja no país com razoável freqüência", disse o senador. "Temos que lutar para que o Brasil estabeleça uma política regional para o transporte aéreo, que garanta segurança, com empresas bem estruturadas, e um preço que seja razoável".

De acordo com o senador do Acre, o caminho adotado pela presidenta Dilma Rousseff está adequado, estimulando a competição, mas é preciso lutar agora pela diminuição no custo dos combustíveis, como ocorre em outros países. "É assim que nós, da Amazônia, vamos poder usar esse tipo de transporte que para nós não é luxo, é primeira necessidade", disse.