Governo cogita liberar voos nacionais para empresas estrangeiras

24/01/2013 - Jornal da Band

Estrangeiras poderão fazer voos nacionais
Governo considera cinco empresas aptas a fazer rotas nacionais; ideia é aumentar concorrência e diminuir preço das passagens
Marcelo Freitas, do Metro Brasília
noticias@band.com.br


Hoje, companhias aéreas se utilizam de alianças para ampliar a oferta de voos
Shutterstock

O aumento da concorrência é a saída encontrada pelo governo para tirar o preço da passagem aérea das alturas. Pelo menos cinco empresas estrangeiras deverão receber autorização para fazer voos nacionais: Aerolíneas Argentina (Argentina), LAN (Chile), Taca (Peru), Tame (Equador) e TAP (Portugal).

Hoje, essas companhias já voam para destinos nacionais, mas são proibidas de vender passagens dentro do país e se utilizam de alianças para ampliar a oferta de voos. Com isso, o passageiro utiliza um bilhete internacional, mas embarca em aviões de companhias nacionais em viagens de rotas domésticas.

A proposta, elaborada pela Embratur e Ministério do Turismo, chegará à mesa da presidente Dilma Rousseff em duas semanas, com pedido para que seja implantada até o segundo semestre do próximo ano - antes da Copa do Mundo, quando são esperados 600 mil torcedores vindos do exterior.

A preocupação é com a cobrança de valores abusivos durante a alta temporada, que pode desestimular a visita de turistas estrangeiros. Apenas um trecho entre Brasília e Salvador, por exemplo, chegou a custar R$ 3 mil - quase dez vezes mais que a média cobrada durante o ano e suficiente, por exemplo, para viajar ida e volta entre Brasília e Nova York ou Paris.

Hoje, Gol, TAM e Azul concentram quase 90% do mercado e têm direito a liberdade tarifária. Em comum, as três gigantes do setor fizeram fusão com empresas menores. A TAM adquiriu a Pantanal, além de ter se aliado à chilena LAN. A Gol comprou a Varig e extingiu a WebJet. Já a Azul assumiu as operações da Trip.

A adesão do Brasil à política de 'céus abertos' com países vizinhos criará um acordo semelhante ao já existente na União Europeia. As companhias poderiam, inclusive, explorar os 270 aeroportos em pequenas cidades, previstos na política de aviação regional anunciada em dezembro.

As companhias aéreas brasileiras temem que a abertura do direito de cabotagem, como é chamada a liberação de voos, possa agravar os prejuízos registrados nos últimos meses. Outra reclamação é de que a concorrência seria 'desleal', porque as estrangeiras teriam maior capacidade de investimentos.