Aéreas pedem ao Planalto combustível mais barato

12/03/2013 - O Globo

Empresas estão preocupadas com abertura do mercado às pequenas

CATARINA ALENCASTRO
catarina.alencastro@bsb.oglobo.com.br
GERALDA DOCA
geralda@bsb.oglobo.com.br

-BRASÍLIA- Empresários da aviação civil foram recebidos ontem pela presidente Dilma Rousseff e apresentaram as reivindicações do setor para dobrar o número de passageiros até 2020. Entre as propostas está a criação de uma política para diminuir os custos do combustível de aviação, que, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), responde por 43% do preço da passagem. Nos bastidores, há preocupação das grandes companhias com a disposição do governo de abrir o mercado às concorrentes menores, sobretudo Azul e Trip, em Congonhas, considerado o filé da aviação civil.

No governo, há insatisfação com o desempenho das duas companhias maiores, TAM e Gol. Segundo interlocutores, a demissão dos trabalhadores da Webjet pela Gol gerou descontentamento no Planalto. No caso da TAM, há queixas de que, depois que esta se fundiu com a chilena Lan, tornando-se uma empresa internacional, o padrão do serviço no mercado doméstico caiu. Também há reclamações sobre alta nos preços das passagens e da qualidade do serviço de modo geral.

Coube a Eduardo Sanovics, presidente da Abear, entidade criada para defender os interesses do setor, relatar o encontro com Dilma.

— Este país passou de 33 milhões para 100 milhões de passageiros em dez anos, de 2002 a 2012. E o preço médio da tarifa aérea veio de R$ 470 para R$ 280. Para continuar esse processo agora, é preciso um conjunto de medidas bastante delicadas, técnicas, tecnológicas, que não se se decidem em três minutos — afirmou Sanovics.