Fusão torna American a maior aérea do mundo

15/02/2013 - Folha de São Paulo

União com US Airways cria empresa com receita de US$ 38,7 bi, presente em 56 países

MARIANA BARBOSA

A American Airlines e a US Airways oficializaram ontem a criação da maior companhia aérea do mundo, com receita operacional de US$ 38,7 bilhões.

Sob a marca da American, a nova empresa será 2% maior do que a atual líder, a United. A AMR, dona da AA e que está em processo de recuperação judicial, terá 72% da nova empresa, e a US Airways, 28%. A fusão deve gerar uma economia anual de US$ 1 bilhão a partir de 2015.

Essa é a terceira grande fusão de companhias aéreas nos EUA desde 2008 -as outras foram United-Continental e Delta-Northwest.

A expectativa é que o novo grupo não terá problemas para conseguir a aprovação dos órgãos reguladores. "As malhas das duas empresas se complementam mais do que se sobrepõem", diz Cleveland Prates, sócio da Pezco Microanalysis. "É pouco provável que haja aumento no preço das passagens."

IMPACTO NO BRASIL

O negócio terá pouco impacto no Brasil, pois a US Airways tem uma presença pequena: um voo por dia. A AA lidera a rota Brasil-EUA, com 40% do total de voos ofertados ou 102 frequências semanais. A TAM detém 30%.

Para Lucas Arruda, sócio da Lunica Consultoria, o passageiro que tem como destino cidades pequenas nos EUA vai poder se beneficiar de uma maior oferta de voos, uma vez que a malha da US Airways, forte em cidades médias, será integrada à da AA.

A TAM também sai ganhando, avalia o professor da UFRJ, Respício do Espírito Santo Jr., principalmente quando a empresa ingressar na Oneworld, que é a aliança da American e da LAN.

"Nos próximos anos, com o amadurecimento da fusão, pode haver grandes sinergias entre a nova American e a Latam", diz. "Isso é bom para a TAM pois é a sua malha doméstica que vai alimentar os voos da AA no Brasil."

No novo xadrez das alianças, a Oneworld passará a ter uma presença maior que a da Star Alliance, que reinava nos tempos de Varig.