Gol tem prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2012, o dobro de 2011

26/03/2013 - O Estado de São Paulo

A empresa reduzirá a capacidade doméstica entre 8% e 10% neste primeiro semestre e em cerca de 7% no ano, ante os níveis de 2012

Beth Moreira e Luciana Collet, da Agência Estado, e Reuters

SÃO PAULO - A Gol teve um prejuízo líquido de R$ 447,1 milhões no quarto trimestre, ante lucro líquido de R$ 54,3 milhões um ano antes, informou a companhia. Em 2012, o prejuízo foi de R$ 1,512 bilhões, o dobro de 2011. A transportadora reduzirá a capacidade doméstica entre 8% e 10% neste primeiro semestre e em cerca de 7% no ano, ante os níveis de 2012.

"A projeção reitera a estratégia de racionalização de oferta da companhia para 2013 e tem como objetivo atingir um crescimento mínimo de 10% no RASK (receita operacional) e a retomada das margens operacionais", informa a empresa.

A aérea estima ainda que alcançará um resultado operacional positivo no primeiro trimestre de 2013, superior ao resultado do mesmo período do ano anterior. As projeções, explica a companhia, assume uma variação do PIB brasileiro entre 2,5% e 3%, uma taxa de câmbio média entre R$ 1,95 e R$ 2,05 e ainda um Cask ex-combustível (custo operacional por assento disponível por quilômetro excluindo despesas com combustível) entre 9,7 e 10,3 centavos de real.

A empresa estima ainda uma margem operacional (Ebit) entre 1% e 3% para 2013. A projeção da empresa considera ainda o preço do combustível nos patamares atuais. A Gol destaca, no entanto, que em função dos impactos de um cenário macroeconômico adverso, as projeções financeiras poderão ser revisadas trimestralmente visando incorporar a evolução de seu desempenho operacional, financeiro e eventuais mudanças nas tendências de taxa de juros, câmbio, PIB e petróleo (WTI e Brent).

Receita por passageiro

A Gol registrou crescimento de 9,2% na receita líquida de passageiro por assento quilômetro oferecido (Prask) no quarto trimestre do ano passado, em relação ao mesmo período de 2011, para 15,17 centavos de real ante 13,89 centavos de real entre outubro e dezembro de 2011.

De acordo com a empresa, a expansão foi resultado dos esforços adotados para a maximização da taxa de ocupação das aeronaves em 4,4 pontos porcentuais combinado ao aumento do yield em 2,3% entre os períodos. A Gol destacou que, considerando a última informação de tráfego divulgada (com dados de tráfego relativo a fevereiro), foi a décima primeira vez consecutiva que o Prask apresentou aumento na comparação mensal, desde o início dessa estratégia.

A empresa também salientou que no segundo semestre, quando houve o fortalecimento da estratégia de racionalização de voos adotada no final de março, o Prask cresceu 6% na comparação com igual período de 2011, em decorrência da maximização em 4 pontos porcentuais na taxa de ocupação no mercado doméstico combinado ao aumento de 0,6% no yield entre os períodos.

Em valores absolutos, a receita líquida de passageiros nominal apresentou uma queda de 6,2% registrando R$ 1,873 bilhão frente aos R$ 1,998 bilhão anotados um ano antes, em função da redução da oferta no período.

Receitas auxiliares

A receita líquida auxiliar por assento quilômetro oferecido cresceu 21,5% na comparação com o quarto trimestre de 2011, ficando em 1,9 centavos de real. Em valores absolutos, a receita auxiliar apresentou aumento de 4,4%, atingindo R$ 245,8 milhões, frente aos R$ 235,5 milhões registrados no quarto trimestre de 2011.

Segundo a Gol, a expansão se deve ao crescimento aproximado de 30% nas receitas provenientes de ''no show'' e cancelamento de passagens; ao aumento em cerca de 2,5% na receita de cargas; e à expansão de 145% na receita de venda a bordo por conta da expansão dessa operação entre os períodos. Mas o desempenho foi parcialmente compensando pela queda de 14,1% da oferta na comparação entre os períodos.

No quarto trimestre de 2012, as receitas auxiliares representaram 12% da receita líquida total da companhia.