Mercado de aviação dobrará de tamanho até 2020, prevê Associação Brasileira das Empresas Aéreas

22/03/2013 - DCI

O mercado de transporte aéreo pode dobrar até 2020, atingindo 211 milhões de passageiros, 976 aeronaves e 795 rotas domésticas, segundo o estudo Aviação Brasileira - Agenda 2020, divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e realizado pela consultoria Bain & Company..

Mas para isso a Abear aponta que são necessários até R$ 93 bilhões em investimentos, seja por parte das companhias aéreas, com renovação de frotas e tecnologia, seja na melhoria da infraestrutura aeroportuária, além de potenciais alterações referentes ao preço dos combustíveis e à regulação do setor.

Do montante total de investimentos estimados, entre R$ 26 bilhões e R$ 36 bilhões se referem a investimentos privados. A Abear aponta que até 526 aeronaves seriam adicionadas à frota atual de 450 aviões. Além disso, os recursos contemplam investimentos em aprimoramento aos canais de atendimento aos consumidores, como terminais de autoatendimento, e tecnologia para melhoria da gestão operacional e segurança de voo.

Já os investimentos públicos são estimados entre R$ 42 bilhões e R$ 57 bilhões, e serão destinados principalmente à ampliação de aeroportos e construção ou reativação de outros 73, passando de 96 aeródromos para 169 em 2020. Também estão previstos investimentos na modernização e expansão do sistema de controle de tráfego.

O estudo foi apresentado na semana passada à presidente Dilma Rousseff pela Abear, que sugeriu a abertura de uma mesa permanente de diálogo para debater temas e metas ligados ao setor, com representantes da Casa Civil, Secretaria de Aviação Civil, Ministérios da Justiça, Fazenda e Indústria e Comércio, além da associação. Segundo o presidente da entidade, Eduardo Sanovics, a proposta foi bem recebida pelo governo. A expectativa do executivo é de que a primeira reunião aconteça em abril.

Menores

As companhias aéreas associadas da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) de menor participação de mercado (Avianca, Azul e Trip) estão aumentando sua presença perante os demais membros da entidade, as líderes TAM e Gol. Na comparação dos dados referentes ao mês de fevereiro de 2012, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e fevereiro de 2013, a participação conjunta das três empresas, medida em passageiros-quilômetros pagos (RPK), passou de 20,8% para 23,8%.

"Isso confirma a tendência de menor concentração no mercado e de avanço do transporte regional que já havíamos observado antes. A variação de 3%, ou de mais de 230 milhões de passageiros-quilômetros pagos, corresponderia a algo como a entrada de uma nova companhia com aproximadamente metade do tamanho da Avianca no cenário", diz o consultor técnico da Abear, Adalberto Febeliano.

Na avaliação mês a mês de 2013, os dados de fevereiro apontam queda para oferta, demanda, taxa de ocupação e passageiros embarcados, ante a janeiro. O resultado era esperado, uma vez que o segundo mês do ano tem três dias a menos em relação ao primeiro. Dessa forma, a Indústria produziu 8,7 bilhões de assentos-quilômetros (queda de 14,5%), dos quais 6,3 bilhões foram utilizados pelos passageiros (diminuição de 22,3%), resultando num fator de aproveitamento de 72,06%, 7,3% abaixo do obtido em janeiro. O total de passageiros transportados chegou a 5,4 milhões, redução de 16,7%, dos quais 34,6% voaram na TAM, 32,6% na Gol, 16,3% na Azul, 8,4% na Trip e 8,2% na Avianca.