Proposta para novo aeroporto no RS recebe correções

29/09/2013 - Correio do Povo

Terminal pode ser implementado em dez anos, na divisa entre Nova Santa Rita e Portão

Uma alternativa a um problema técnico que emperrava o projeto do Aeroporto 20 de Setembro foi apresentada nesta segunda-feira no Palácio Piratini. O desenho das duas pistas foi reposicionado, de modo a não causar interferência com o Aeroporto Salgado Filho e com a Base Aérea de Canoas. Com isso, a localização do futuro terminal foi confirmada na divisa entre os municípios de Nova Santa Rita e Portão, a 35 quilômetros de Porto Alegre.

A definição do local encerra um impasse com a Aeronáutica, que havia alertado para possíveis problemas no tráfego aéreo da região. "O que se fez foi reposicionar as pistas tanto no sentido Norte-Sul como também algumas milhas ao Norte, porque com isso as linhas de aproximação dessas infraestruturas portuárias ficaram paralelas, não interferindo uma com a outra", explicou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística (Seinfra), Caleb de Oliveira.

De acordo com o assessor de Relações Institucionais do 5º Comando Aéreo Regional (Comar), coronel Uirassú Litwinski, o reposicionamento elimina o problema de interferência no tráfego aéreo, especialmente no que se refere à base aérea. Com relação ao Aeroporto Salgado Filho, segundo ele, o problema pode ser reduzido por meio de um tratamento técnico, já que o atual terminal está mais distante do futuro aeroporto do que a base de Canoas.

Conforme o coronel, a Aeronáutica nunca foi contrária ao projeto. "Desde o primeiro momento nos colocamos numa posição dizendo que a definição do local do aeroporto seria do governo do Estado. Uma vez definido o local, a Aeronáutica faria então uma análise técnica informando dos problemas e da maneira como tudo poderia ser contornado", afirmou.

PPP deve ser opção para construção

Superado o problema da interferência, o governo do Estado busca agora alternativas para o financiamento da obra. Não há um valor estimado e nem prazo para a conclusão, mas segundo o diretor do Departamento Aeroportuário (DAP), Roberto de Carvalho Netto, o tempo de construção não costuma ser menor do que dez anos. "É o prazo que se espera que o Salgado Filho resista ao crescimento do tráfego", observou. Se o período for maior, ele prevê um gargalo logístico no Rio Grande do Sul. O modelo de financiamento, por sua vez, ainda não está definido. O governo irá buscar recursos por meio da União, mas não descarta uma parceria público-privada (PPP).

A área escolhida para a construção do novo aeroporto possui 1,7 mil hectares. A projeção é de que o novo terminal tenha padrão internacional e seja maior do que o Salgado Filho. O número de pistas poderá passar de duas para quatro no futuro. Segundo Carvalho Netto, o conceito levou em conta o aeroporto de Atlanta (EUA), um dos maiores do mundo. "É evidente que não precisamos disto num primeiro momento, mas temos de enxergar dentro de um plano diretor aeroportuário, que lá adiante quem sabe vamos precisar", destacou.

Fonte: Danton Júnior/Correio do Povo