Aeroporto vai ocupar área de lavoura nos Campos Gerais

02/12/2014 - Gazeta do Povo – PR

Complexo aeroportuário em Palmeira terá 50 quilômetros quadrados

MARIA GIZELE DA SILVA, DA SUCURSAL

Para que o projeto de construção do Aeroporto Internacional dos Campos Gerais decole, o primeiro obstáculo são as autorizações dos órgãos governamentais. Semana passada, uma audiência pública mobilizou moradores da zona rural de Palmeira, passo necessário para a obtenção da licença prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O aeroporto é da Companhia Aeroportuária Campos Gerais (CACG) e deve custar R$ 3,5 bilhões.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concedeu autorização prévia em fevereiro deste ano ao empreendimento. O complexo aeroportuário, de 50 quilômetros quadrados, será instalado na Colônia do Lago, na zona rural de Palmeira.

Nova tentativa

A proposta do aeroporto já é antiga e, há dois anos, chegou-se a cogitar a instalação do aeroporto em Tibagi, também nos Campos Gerais. A assessoria de imprensa da Anac confirmou a emissão da autorização prévia do CACG, que permite a construção.

A colônia foi formada por imigrantes alemães no século 19 e atualmente é habitada por cerca de 180 moradores, a maioria vinda do agronegócio. Da área total do aeroporto, 80% são ocupados hoje pela agricultura.

Os donos das áreas serão sócios do empreendimento e, somente após receber todas as autorizações, os empresários vão captar recursos. Depois de iniciada a construção, o aeroporto deve operar em três anos.

O complexo, se concretizado, pode revolucionar a economia da região. O empreendimento prevê um aeroporto internacional de cargas e passageiros, com movimento anual de 750 mil pousos e decolagens. Além disso, são previstos a geração de 3 mil empregos diretos e indiretos, construção de uma área industrial e de um porto seco no entorno do aeroporto.

Logística

Os empreendedores estudaram 29 áreas no Paraná e escolheram a pacata Colônia do Lago pelas condições do terreno e a logística. O aeroporto ficará próximo a Ponta Grossa e a Curitiba, além de ter a possibilidade de reativação da linha férrea do entorno da área.

Conforme o coordenador do projeto, Edison Morozowski, será pedido ao governo do estado a construção de terceiras faixas e de acostamentos na PR-151, que dá acesso ao complexo aeroportuário.

O prefeito de Palmeira, Edir Havrechaki, disse na audiência que o Executivo apoia o projeto, desde que ele traga benefícios para a região. Já a moradora Ana Paula Gorte está receosa. “Temos medo das consequências do aeroporto, pode aumentar a insegurança. Hoje não temos nenhum posto policial aqui porque não precisa, é um lugar tranquilo”, comenta.

“Sem dúvida é o maior investimento previsto para Palmeira, mas não dá nem para mensurar o impacto na nossa economia porque os números do aeroporto são muito grandes”, afirma o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Jaudeth Ramos Hajar.