Ampliação do Galeão para Olimpíada está na metade

12/08/2015 - Valor Econômico

Quase uma centena de caminhões e tratores circulam em um terreno de cem mil metros quadrados ao lado do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro. No local, cerca de cinco mil operários trabalham para que a ampliação do terminal carioca, que irá receber a maior parte dos turistas durante a Olimpíada no ano que vem, fique pronto até abril - mês estabelecido de entrega.

O Consórcio Rio Galeão, formado pela Odebrecht TransPort, a Changi Airports e a Infraero, ainda precisa concluir cerca de 40% do projeto. O investimento de R$ 2 bilhões até 2016 inclui a construção de uma extensão do terminal 2 que terá 26 novas portas de embarque e uma área de Duty Free duplicada para 8 mil metros quadrados, além de quatro novos andares de estacionamento, entre outras reformas.

O presidente da concessionária, Luiz Rocha, nega qualquer tipo de atraso e afirma que as obras serão entregues antes dos Jogos Olímpicos. "Vamos cumprir os prazos", garantiu. A estrutura do novo estacionamento, com dois mil lugares e mais quatro andares, já está concluída, mas ainda faltam acabamentos como pintura, sinalização e instalação de equipamentos de iluminação e segurança.

Do lado de fora, no que será a pista de taxiamento das aeronaves, tratores ainda trabalham na parte de fundação. Segundo o gerente de produção da Odebrecht TransPort, Pedro Buonsanti, apenas 45% desse novo terminal, batizado de Píer Sul, está pronto. Quando concluído, o projeto dará mais velocidade no embarque e desembarque dos passageiros. "A maior preocupação é logística", afirmou ontem Buonsanti, durante uma visita organizada pela empreiteira ao canteiro. "Fazer essa obra sem atrapalhar o entra e sai de passageiros é um desafio", acrescentou.

Rocha também negou que a operação Lava-Jato, que investiga contratos principalmente entre a Odebrecht e a Petrobras, vem afetando os trabalhos no aeroporto do Rio. "A Odebrecht TransPort é independente, tem capital próprio e não sofre nenhuma influência da Lava-Jato", afirmou. "Os recursos estão garantidos", completou.

O Rio Galeão estima que 1,5 milhão de pessoas passem pelo aeroporto internacional durante o período olímpico. O projeto prevê ainda a compra de novos elevadores, escadas e esteiras rolantes - três das principais reclamações dos usuários - e a abertura de mais de 60 novas lojas. O plano de investimento até 2039 é de R$ 5,2 bilhões.

Rocha disse ainda que avalia a participação em licitações de novos aeroportos e citou terminais no Nordeste - como os de Salvador (BA) e Fortaleza (CE) - entre os alvos de interesse.

O presidente do Rio Galeão informou que houve um crescimento de 3% no número de passageiros nos primeiros sete meses do ano, na comparação com 2014 - apesar de esse período, no ano passado, contar com a realização da Copa do Mundo. Rocha atribuiu às promoções das companhias aéreas o aumento no movimento dos terminais, a despeito da atual crise econômica.