12/08/2015 - O Estado de S.Paulo
Empresa precisava de documento para poder entregar as primeiras unidades da aeronave, previstas para o 4º tri
Marina Gazzoni
márcio fernandes/estadão
Na tabela. Preço do Legacy 450 é de US$ 17 milhões
A Embraer recebeu ontem a certificação da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para o jato Legacy 450, modelo de aviação executiva de médio porte. O documento era necessário para que a Embraer pudesse entregar aos clientes brasileiros o modelo, que foi lançado em 2008 e deve ter as primeiras unidades entregues no Brasil no quarto trimestre deste ano.
"Acertificaçãoprovoca,tradicionalmente, um acréscimo nos volumes de vendas de uma aeronave", disse ontem o presidente da Embraer Aviação Executiva, Marco Túlio Pellegrini, durante a feira Labace. A Embraer informou também que espera receber a certificação da americana Federal Aviation Administration (FAA, a Anac dos Estados Unidos) nas próximas semanas.
Apesar do otimismo com o Legacy450, Pellegrini diz que a crise provocou uma queda "substancial" na venda de jatos executivos da Embraer este ano no Brasil. "Ninguém compra avião em um momento de desconfiança. Na dúvida, o cliente posterga o investimento", disse.
De acordo como executivo, a Embraer vem conseguindo compensar parte da retração no mercado brasileiro e em outros países emergentes, como China e Rússia,como aumento das vendas nos Estados Unidos. O mercado americano é o maior do mundo para a aviação executiva e responde por mais de 60% das vendas da Embraer.
Inovação. O jato Legacy 450 é uma das grandes apostas da Embraer para ganhar relevância no mercado de aviação executiva mundial. A empresa classifica o modelo como um game changer, que poderá mudar o mercado no segmento de jatos médios.
Diferenciais. O produto traz inovações para a categoria que hoje só estão presentes nos grandes jatos. É o primeiro a ter controle de voo totalmente digital (fly-by-wire) e painéis em tela de 15 polegadas de LCD e alta resolução. O avião tem capacidade para até nove assentos e custa US$ 17 milhões, considerando o preço de tabela.
"Esse avião incorpora tecnologias que estão em jatos que custam mais de US$ 50 milhões", disse Pellegrini. "É como se você vendesse um carro com airbag, freio ABS e câmbio automático enquanto todo mundo vende modelos sem nada disso", completou.
A Embraer entrou no mercado de aviação executiva em 2000econstituiuumaempresa separada para o segmento, a Embraer Aviação Executiva, há dez anos. "Ainda somos novos nesse mercado. Nossos concorrentes operam há 50 anos", disse Pellegrini. A companhia tem cerca de 17% de participação no mercado global de aviação executiva, com sete produtos.Seus jatos de pequeno porte – o Phenom 100E e Phenom 300 – foram os modelos mais entregues no Brasil no ano passado.
● Porte
17% é a participação da Embraer no mercado de jatos executivos, segmento em que a companhia atua há apenas 15 anos