Avianca Brasil vai lançar mais três voos internacionais

06/06/2017 - O Globo

Aposta no mercado internacional é parte de estratégia para ser player importante na Star Alliance
   
POR DANIELLE NOGUEIRA 

Jose Efromovich, diretor-executivo da Avianca Brasil, em entrevista nos Estados Unidos em 2015. - Michael Nagle / Bloomberg

CANCÚN, MÉXICO - A Avianca Brasil está apostando no mercado internacional. No próximo dia 23 inicia voos para Miami e, na primeira quinzena de agosto, começa a operar a rota São Paulo-Santiago. Um terceiro destino nas Américas, a ser definido, será adicionado à lista de cidades atendidas no exterior ainda este ano. Todos os voos partirão de Guarulhos (SP). Hoje, a empresa tem apenas um voo internacional, que liga Fortaleza a Bogotá, na Colômbia, aos sábados.

Os novos voos se inserem na estratégia da Avianca de se posicionar como um importante player na Star Alliance, aliança de companhias aéreas a que a empresa foi incorporada em 2015, quando a TAM migrou para a One World, na qual já estava a LAN. TAM e LAN se fundiram em 2010 e passaram a operar sob a marca Latam há dois anos. A Avianca colombiana, que opera de forma independente do braço brasileiro, está na Star Alliance desde 2012.

— A expansão internacional faz parte do compromisso que temos com a Star Alliance. E representa uma aposta no mercado, mesmo em um momento de crise política e econômica. Apesar da incerteza, acreditamos que o número de passageiros transportados deve se manter estável este ano. A queda verificada em 2016 não deve se repetir — disse José Efromovich, presidente do Conselho de Administração da Avianca Brasil, que participou da 73 Reunião Anual da Associação de Transporte Aéreo (Iata), encerrada nesta terça-feira em Cancún, no México.

Para operar as três novas rotas internacionais, a Avianca vai estrear um novo modelo de avião nos voos de passageiros, o A330-200, que permitirá à empresa fazer viagens de longo curso. A companhia encomendou três unidades do avião fabricado pela Airbus: dois já estão no Brasil. O terceiro chegará nas próximas semanas. Eles têm 238 assentos, dos quais 32 reservados para a classe executiva. Os demais estão configurados para a classe econômica.

A frota da companhia, atualmente, é formada por 48 aeronaves, basicamente das famílias A 318, A 319 e A 320, menores que o A330 e cuja autonomia de voo também é menor. Na rota Fortaleza-Bogotá são usados A319. Segundo Efromovich, a conexão entre o Ceará e a Colômbia, que foi inaugurada em 2014, foi impulsionada por benefício tributário que o governo estadual concedeu na época para atrair voos internacionais para a capital cearense.

— Os novos voos seguem uma estratégia diferente. Foi algo bem planejado. Primeiro, passamos a operar com um A330 apenas em voos de carga. Assim, adquirimos experiência de engenharia, de manutenção e de operação, com treinamento de pilotos. Agora, estamos prontos para estender a operação a voos de passageiros — afirmou Efromovich.

A companhia também está ampliando o número de rotas domésticas, para melhorar a capilaridade e, assim, atender a demanda de passageiros que chegam ao Brasil a bordo de empresas parceiras da Star Alliance. Em agosto, passará a voar para Belo Horizonte, a partir de Guarulhos. Até hoje, a capital mineira está fora da lista dos 239 voos diários que a Avianca tem o Brasil.

Mês passado, começou a voar para Navegantes, visando ao mercado corporativo, e, em março, inaugurou as rotas São Paulo-Foz do Iguaçu e Rio-Foz do Iguaçu. Segundo Efromovich, existia a necessidade de conectar as companhias aéreas que vêm da Europa, dos EUA e do Canadá a Foz do Iguaçu, um dos principais destinos turísticos do Brasil.

Paralelamente à expansão das operações, a Avianca Brasil mantém conversas com a United Airlines, com o objetivo de ampliar as relações comerciais com a companhia e transformá-la em um parceiro tecnológico. A companhia americana também mantém negociações com a Avianca colombiana, na qual José Efromovich e seu irmão, German Efromovich, detêm o controle, com mais de 70% das ações com direito a voto.

Segundo Efromovich, a venda de participação em qualquer uma das duas empresas não está em jogo. Há poucos meses, foi anunciado que a Avianca colombiana estava negociando com a United uma parceria que poderia resultar numa injeção de capital de US$ 200 milhões. A família Kriete, acionista minoritária da Avianca colombiana, tenta barrar o acordo na Justiça.

* A repórter viajou a convite da Iata

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